Dissertações Defendidas

2018 (16)
TEM RISCO, MAS NA MINHA CASA NÃO: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE RISCO DA COMUNIDADE AMAZONAS, PETRÓPOLIS ? RJ
Autor: Cristiane Oliveira Ferreira
Orientador: Ana Maria Marques Santos
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: Petrópolis, localizada na região serrana do Rio de Janeiro, sofreu ao longo da história inúmeros desastres relacionados com movimentos de massa e enxurradas, como os dos anos de 1988, 2001, 2011, 2013. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a percepção da população residente em áreas de risco na comunidade Amazonas, localizada no município de Petrópolis-RJ. Esta região apresenta diferentes graus de risco relacionados aos movimentos de massa e tem vivenciado esses desastres nas últimas décadas. Entende-se que os estudos tecnicistas sobre os riscos não são suficientes para a compreensão da complexidade que envolve essas ocorrências, o que tem levado um descompasso entre as decisões do poder público e atitudes da população envolvida. A questão central é que a percepção de risco da população moradora dessas regiões é limitada e por este motivo a vulnerabilidade é aumentada. Os Planos de Redução de Risco de Petrópolis e as características ambientais foram analisados, buscando-se compreender as condicionantes locais que podem acarretar os desastres. Observou-se que a distribuição desigual dos padrões de ocupação é consequência da ocupação socioespacial de Petrópolis, configurando um quadro de injustiça ambiental. A vulnerabilidade econômica apresenta-se como fator chave para compreensão desta realidade. Foram realizadas entrevistas com moradores e oficinas no Centro de Referência Social ? Amazonas, abrangendo participantes de diferentes faixas etárias. A pesquisa possui caráter qualitativo e usou como base na Análise Textual Discursiva, que tem a premissa de fragmentação dos textos bases em pequenas unidades de analise. Posteriormente, é necessária a categorização destes fragmentos, no qual visa encontrar novas relações entre os fenômenos. A partir daí, surge o novo emergente, uma nova compreensão sobre a realidade. De acordo com os dados obtidos, os moradores compreendem as causas naturais e antrópicas para a ocorrência dos desastres, estão cientes das possíveis medidas de prevenção, assim como da presença de áreas apontadas como de risco pela Defesa Civil, porém a maioria não se reconhece inserido nestas áreas. Esta análise pode subsidiar ações de gestão dos riscos, no qual tem se mostrado um dos maiores desafios na atualidade.

 

POR UMA GEOGRAFIA DOS RISCOS NOS CURRÍCULOS: ANÁLISE DA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PETRÓPOLIS ? RJ
Autor: Junimar José Américo de Oliveira
Orientador: Cristiane Cardoso
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: As questões socioambientais tem sido motivo de muitas discussões e reflexões devido à crise ambiental. Diversos estudos demonstram que uma relação mais estreita existente entre ser humano e a natureza vem se perdendo ao longo dos anos. Nesse contexto, encontra-se nosso recorte espacial, a cidade de Petrópolis ? RJ, afetada todos os anos por eventos de movimentos de massa. Este trabalho tem como como objetivo geral investigar se em suas formações, em licenciatura em Geografia, houveram abordagens sobre riscos naturais, uma vez que, o município em questão é frequentemente assolado por eventos desta natureza. As condições climáticas, geológicas, geomorfológicas e de uso e ocupação dos solos levam todos os anos a ocorrência de diversos eventos de desastres naturais no município supracitado. Sendo assim, esta pesquisa busca a partir das discussões possíveis no âmbito da educação e do ensino de Geografia levantar e analisar as abordagens de riscos a partir dos professores de Geografia. Para tal, utilizou-se do questionário online para o levantamento dos dados. Também houve a análise das matrizes curriculares dos cursos. As informações foram analisadas a partir da Análise de Conteúdo de Bardin (1979) que busca encontrar respostas para as questões formuladas, confirmando ou não as hipóteses estabelecidas antes do trabalho de investigação. A pesquisa possibilitou verificar que os participantes não tiveram, em sua formação inicial e/ou continuada em Geografia, o tema risco abordado diretamente, como comprovado em suas respostas, sobre as disciplinas ofertadas, optativas frequentadas e formação continuada realizada. As análises das matrizes curriculares das licenciaturas em Geografia das universidades investigadas revelaram a inexistência de disciplinas que discutam diretamente as discussões sobre riscos, devendo apenas as disciplinas ligadas a Geografia Física possíveis aproximações. Refletir sobre as diferentes concepções sobre os aspectos físicos do meio contribui para compreender suas interações com as ações antrópicas. Conhecer os elementos e processos da dinâmica natural contribui para o desenvolvimento intelectual dos alunos, possibilitando a compreensão e análise dos processos espaciais do lugar onde estão inseridos.

 

PERSPECTIVAS E PRÁTICAS FORMATIVAS DO PROFESSOR: UMA PERCEPÇÃO DO ENSINO DE GEOGRAFIA NO PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
Autor: Paula Carvalho Matain
Orientador: Clézio dos Santos
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: O processo de formação docente demanda esforço e pesquisa. A investigação sobre o Ensino e suas metodologias são importantes para que o professor possa se qualificar e construir cotidianamente sua prática. O objetivo geral da pesquisa é compreender e analisar criticamente as perspectivas e práticas docentes na disciplina Ensino de Geografia ministrada no PARFOR/UFRRJ. Os objetivos específicos buscam investigar e analisar as potencialidades das metodologias utilizadas na disciplina Ensino de Geografia do Curso Pedagogia ? PARFOR da UFRRJ. Além de analisar a relação e a interação da Formação Docente com o Ensino de Geografia. A pesquisa foi construída a partir da leitura do referencial teórico que envolvem autores como Cavalcanti (1998, 2012), Pontuschka, Paganelli e Cacete (2012), Tardif (2014), Freire (2018), Giroux (1997), além de diretrizes de organização e funcionamento do PARFOR. O acompanhamento das aulas da disciplina Ensino de Geografia, a investigação da importância das metodologias, produção de mapa mental, apresentação de seminários, construção de maquetes, fazines e a aplicação da entrevista comporão a metodologia do trabalho. A análise das atividades realizadas na disciplina escolar na disciplina de Ensino de Geografia no PARFOR, reforçam a relevância da vivência e da construção do Espaço Geográfico pelo aluno-docente. Apresentando assim, a importância do Ensino de Geografia na formação do PARFOR/UFRRJ-IM e os resultados positivos que podem contribuir com os alunos nas salas de aula nas redes municipais, estaduais e federais. O Ensino de Geografia é uma disciplina que nos coloca a refletir sobre as dinâmicas do mundo e como o professor pode colaborar para que sejamos auxiliadores do aprendizado. Os professores que perpassam a disciplina têm acesso a metodologias e pesquisa de teóricos e pensadores da Geografia que pensam e constroem conhecimento. Resistência é a palavra que define a Educação, o PARFOR, e os professores, em meio a tanta falácia, tantos comentários, violências e crises ainda sustentamos um país inteiro, formamos da melhor forma possível ? com as condições que temos ? os alunos das redes. Os investimentos que eram segurança, hoje é história, até mesmo o PARFOR foi atingido tendo sua política de formação reestruturada. Apresentando assim, a importância do Ensino de Geografia na formação do PARFOR/UFRRJ e os resultados positivos que podem contribuir com os alunos nas salas de aula nas redes municipais, estaduais e federais.

 

E O ESPAÇO TEM SENTIDOS? UMA ANÁLISE DAS EXPERIÊNCIAS E ENTENDIMENTOS DO CORPO NOS PROCESSOS DE ENSINOS-APRENDIZAGENS EM GEOGRAFIA
Autor: Marcia Aparecida Garcia dos Santos Porcari
Orientador: Ana Maria Marques Santos
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo a análise das experiências corpóreas dos alunos para o desenvolvimento do conceito de espaço espacial no ensino de geografia. Nesse sentido, busca compreender o espaço por meio dos sentidos, adotando como campo metodológico, a ação e interação docente no ensino de Geografia, através da execução de atividades como metodologia da ação, a fim de buscar captar as observações e múltiplas sensações espaciais do alunado do 6? ano de uma escola privada, no município de Duque de Caxias, pertencente ao estado do Rio de Janeiro. Antes da execução das atividades, realizamos leituras de textos temáticos de cunho reflexivo, para apoiar a discussão da formação dos conceitos utilizarei de estudos de Vygotsky , no debate sobre a corporeidade o autor Elias Lima através da análise dos estudos de Merleau-Ponty e o autor Christian Dennys Monteiro de Oliveira, no que tange a discussão do conceito de espaço David Harvey, Henri Lefebvre e Doreen Massey, no discurso sobre práxis geográfica os estudos de Ruy Moreira, para fundamentar o que entendemos das diferentes práticas espaciais, utilizarei dos estudos de Castrogionanni, os estudos de David Tripp no que tange o estudo sobre a pesquisa-ação e por fim, e, não menos importante, os estudos de Ginzburg no que tange a estudos voltados para o que intitula de Grupo Focal. Em seguida, iniciaremos as atividades de a fim de identificar a relação que o aluno tem com o espaço em que vive e o que o mesmo entende por corpo e espaço. Nessa proposta, achamos por bem não definir conteúdos, respeitando a autonomia e perspectiva dos alunos e professores. A metodologia ora posta vem nos permitindo um escape do tradicional roteiro prévio e nos possibilitou adotar a questão desencadeadora: quais os sentidos do espaço? E a questão-eixo: é possível, através da leitura das diferentes práticas espaciais, utilizá-las no processo de ensino-aprendizagem do conceito de espaço, através do corpo e seus sentidos, possibilitando identificar os sentidos presentes no espaço? O presente trabalho pretende contribuir de maneira significativa na aprendizagem dos conteúdos ensinados no 6º ano do ensino fundamental II, já que o colocará em contato com a totalidade mundo, contribuindo para que sua aprendizagem seja significativa, vista a partir dos sentidos do corpo e por sua vez em busca de uma aprendizagem mais crítica e situada politicamente, no mundo.

 

DETECÇÃO DE MUDANÇA DO USO E COBERTURA DA TERRA EM ANGRA DOS REIS/RJ: UMA ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES URBANAS FRENTE AS ÁREAS SUJEITAS AOS MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS
Autor: Priscila Salles de Araújo Souza
Orientador: Monika Richter
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: A ocupação desordenada, a carência ou ausência de fiscalização e a falta de planejamento das cidades são apontados como alguns dos principais responsáveis pela ocorrência de Desastres Naturais. A ineficiência ou omissão nas ações por parte do poder público muitas vezes é o principal agente causador deste quadro de vulnerabilidade frente aos desastres. As mudanças na forma de ocupação e desenvolvimento das cidades geram uma ocupação desordenada que desencadeia áreas urbanas em situações de risco aos movimentos de massa. O município de Angra dos Reis, localizado no litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, é um exemplo deste quadro de ocupação em áreas de risco aos movimentos de massa. Essas mudanças no uso e ocupação podem ser detectadas de diversas formas, neste trabalho, pretende-se avaliar à mudança do uso e cobertura da terra no intervalo de 1985 a 2015. Neste sentido, o presente trabalho teve como proposta demonstrar através de técnicas de processamentos de imagens de satélite, detectar mudanças no uso e cobertura da terra, destacando-se as áreas de expansão urbana em Angra dos Reis ? RJ nos últimos 30 anos, gerando mapas de mudança e compilando esses dados com dados do CPRM (áreas já mapeadas como de risco aos movimentos de massa). A validação do mapa de detecção de mudança, foi a partir de 150 pontos aleatórios distribuídos com recurso do Software ArcGis 10.1 e validados no Google Earth. O índice de exatidão global alcançado foi de 0,86%, considerado satisfatório. Com os resultados de detecção de mudança, geraram-se Índices de Qualidade de Vida (IQV) e Infraestrutura básica na plataforma Vicon Saga e dados da malha de setores censitários IBGE 2010. Verificou-se que os setores mais afetados com inundações e movimentos de massa, compõem os setores com carência ou mesmo ausência de infraestrutura básica. Os resultados apontam ainda que as áreas de expansão urbana estão indo de encontro às áreas mapeadas como susceptíveis aos movimentos de massas, enchentes e inundações, indicando a gravidade da situação.

 

DA TROPICALIDADE ÀS QUESTÕES SOCIAIS: A DENGUE NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, RJ (2008 ? 2016)
Autor: Henderson da Silva Neiva
Orientador: Cristiane Cardoso
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: Este trabalho tem como proposta analisar a relação entre o comportamento climático da cidade do Rio de Janeiro/RJ com a ocorrência de casos de dengue registrados a cada ano, no período de 2008 até 2016, para os bairros de Santa Cruz e Copacabana, localizados nas Zonas Oeste e Sul, respectivamente. No aspecto dos dados climáticos, a pesquisa toma como análise a temperatura e a pluviosidade realizando a correlação com os casos de dengue para o trimestre de maior concentração de notificações para cada ano estudado. No âmbito da escala social, foram analisados os dados de coleta de lixo, serviço de esgoto, abastecimento de água, densidade demográfica e a renda per capita. Assim, chegou-se a conclusão que durante a maior parte do período analisado, o outono foi a estação com a maior concentração de casos de dengue, havendo maior presença nos meses de março, abril e maio, evidenciando a influência dos elementos climáticos na sazonalidade da doença ao longo do ano. Foi identificado como favorável um limiar térmico mínimo de 21,51ºC, máximo de 31,01ºC e a média pluviométrica semanal de 26,71mm para Santa Cruz, já para Copacabana, o limiar térmico mínimo favorável foi de 22,81ºC, máximo de 28,08ºC e a média pluviométrica semanal foi de 39,16mm. Apesar de Copacabana possuir os melhores indicativos sociais, o bairro esteve por 5 anos, dos 9 analisados, com a incidência de dengue maior quando comparado com Santa Cruz. Deste modo, acredita-se que um dos motivos para tal notificação menor para Santa Cruz possa ser a subnotificação causada em bairros mais periféricos, pois em muitos casos a população quando adoecida não vai ao sistema de saúde obter ajuda, logo, não ocorre o registro para os casos, além da possível maior circulação de sorotipos do vírus da dengue em Copacabana por ser um bairro de grande circulação turística e, também, a maior densidade demográfica que Copacabana possui.

 

ANALISANDO AS PERCEPÇÕES DA IDENTIDADE CULTURAL DO NORDESTINO NO RIO DE JANEIRO: UM OLHAR SOBRE O CENTRO MUNICIPAL LUIZ GONZAGA DE TRADIÇÕES NORDESTINAS E OUTROS REFERENCIAIS FORMATIVOS
Autor: Daiala Saltoris
Orientador: Cristiane Cardoso
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: O presente estudo busca apresentar uma proposta de análise para compreensão da identidade cultural nordestina apreendida e transmitida através dos feirantes e dos visitantes do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas. Essa análise traz consigo diversos questionamentos sobre as possíveis formas de representação da identidade cultural e sobre os posicionamentos dos visitantes que admiram, consomem e usufruem dos produtos disponíveis na Feira. A partir dos posicionamentos apresentados, é possível realizar uma reflexão da trajetória que esses posicionamentos percorreram até chegar à conclusão de pensamento em que se dá a formação de opinião sobre determinada identidade cultural. Essa análise da trajetória pode ser obtida sobre diversas óticas, porém, o foco da atual pesquisa será concentrado sobre o viés das discussões sobre formas de representação cultural através do livro didático utilizado em duas escolas da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro. Dessa forma, a pesquisa consiste em compreender os aspectos presentes na forma em que os feirantes, mais especificamente, os artesãos, se identificam culturalmente como nordestinos e como transmitem esta identidade, sendo eles residentes no Rio de Janeiro. E ainda, no reconhecimento dos processos formativos presente nesse exercício de identificação cultural com objetivo de diferenciar os aspectos que se fazem presente na forma como os nordestinos se expressam através do artesanato e como o público o recebe. Para que seja possível realizar as discussões referidas, a pesquisa utiliza-se como base os seguintes recursos metodológicos: o levantamento bibliográfico a fim de dialogar com autores sobre os conceitos delimitados, sendo eles: a identidade cultural e os processos formativos. A critério de embasamento teórico, o diálogo com alguns autores será fundamental para enriquecer a pesquisa, além do trabalho de campo e entrevistas com os feirantes do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas e também com o público; consultas realizadas ao Plano Nacional do Livro Didático (PNLD); e a análise dos dados das entrevistas a partir da perspectiva fenomenológica com objetivo de identificar os processos formativos presentes nesse diálogo da construção da identidade cultural dos feirantes. Dessa maneira, a pesquisa almeja constatar as possíveis formas que a identidade cultural nordestina resiste nesse espaço, além propor possibilidades de reflexões sobre a desmitificação de estereótipos relacionados as práticas culturais de representação e com isso, compreender a forma com que ela é transmitida e a forma que é assimilada pelo público que o frequenta.

 

A IDENTIDADE DO LUGAR: AS PERCEPÇÕES DOS ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL SOBRE O MUNICÍPIO DE BELFORD ROXO/RJ
Autor: Tamires Gonçalves Santana
Orientador: Cristiane Cardoso
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: O conceito de lugar é muito importante para o estudo da realidade imediata dos alunos e sua relação com a escola, sobretudo, a geografia escolar. A pesquisa tem como objetivo geral analisar como o conceito de lugar auxilia na construção da identidade dos estudantes do Ensino Fundamental. no município de Belford Roxo. Em termos de metodologia, partiu-se do estudo de caso, que investiga de forma particular uma determinada situação. Nesse sentido essa pesquisa foi realizada com uma turma de 6º ano de escolaridade do ensino fundamental, do Centro Educacional Elion, escola que fica localizada no Município de Belford Roxo, RJ. As bases teóricas e metodológicas dessa investigação seguiu os princípios da pesquisa qualitativa, com o levantamento bibliográfico pautado em Tuan (1980,1983), Leite (2012), Carlos (2007), Cavalcanti (2010,2012) BRASIL (1997, 2017), Cardoso (2006), Lefebvre (2001),Woodward (2000) Silva (2000) e Hall (2000) André (2009) Ludke (2013), Deus; Cunha; Maciel (2010), Chizzotti (2013), Magalhães et.al (2013) , Matain (2014); e Simões (2011). Para perceber o sentimento de pertencimento dos estudantes com o município de Belford Roxo, foram realizadas oficinas pedagógicas com as temáticas voltadas para o município estudado. Os dados coletados nas oficinas e a relação destes com o referencial teórico foram cruciais para compreender a identidade que os estudantes têm para com o município de Belford Roxo. De acordo com os resultados obtidos, notou a dificuldade dos estudantes em reconhecer o município como um lugar de pertencimento, a maioria retratou a cidade como um local extremamente violento e com poucas áreas de interesse. Após as oficinas, houve mudanças significativas no pensamento e os alunos passaram a observar mais atentamente a cidade, percebendo também suas potencialidades e áreas de lazer.

 

A HETEROGENEIDADE E AS MUDANÇAS NA PAISAGEM DA BACIA HIDROGRÁFICA DOS RIOS IGUAÇU-SARAPUÍ (RJ) E SEUS EFEITOS NAS INUNDAÇÕES URBANAS
Autor: Wallace de Araujo Menezes
Orientador: Laura Mendes Delgado
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: O presente trabalho teve como objetivo identificar e analisar a heterogeneidade e mudanças da paisagem a partir da relação entre padrões de cobertura e uso da terra e a permeabilidade provocada por essas alterações que influenciam nas ocorrências de inundações urbanas na bacia hidrográfica dos rios Iguaçu-Sarapuí (RJ), a partir de dados de sensores remotos processados em programa de Sistema de Informações Geográficas de código aberto. Inicialmente, buscou-se identificar e quantificar os padrões de Cobertura e Uso da Terra a fim de correlacioná-los com a permeabilidade da superfície. Posteriormente essa base de dados serviu para relacionar com as áreas definidas pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais ? CPRM como suscetíveis à ocorrências de inundações. Os resultados indicaram o aumento da classe definida como áreas construídas e a supressão das classes vegetação densa e pastagens e ou campos abertos. Consequentemente as áreas impermeáveis também apresentaram um acréscimo enquanto as áreas permeáveis foram reduzidas. Tal fator, merece extrema atenção na medida em que as áreas impermeabilizadas estavam incluídas como suscetíveis a ocorrências de inundações, fazendo com que este processo influencie as dinâmicas hidrogeomorfológicas em diferentes escalas. Além disso, constatou-se o papel da cobertura vegetal na redução das coberturas impermeáveis nas áreas de Unidades de Conservação. Compreendendo a bacia hidrográfica como uma unidade básica de evolução geomorfológica e uma excelente unidade de gestão tanto de elementos naturais, quanto sociais, devido ao seu aspecto integrador, buscou-se ressaltar as interações e interferências no sistema fluvial nessa área e apresentar as possibilidades da utilização de geotecnologias disponíveis de forma gratuita e de fácil acesso que podem servir como instrumentos fundamentais para o estudo da heterogeneidade e mudanças da paisagem ao longo do tempo.

 

#PARTIUCINEMA: ENCONTROS DA SÉTIMA ARTE COM O ENSINO E AS PRÁTICAS DA GEOGRAFIA
Autor: Cinthia Ribeiro Marques Ventura
Orientador: Ana Maria Marques Santos
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: A presente pesquisa busca considerar os múltiplos desafios enfrentados pelos professores de Geografia, na abordagem dos conteúdos didáticos políticos-pedagógicos em sala de aula; assim como, as dificuldades apresentadas por estudantes quanto à compreensão dos temas trabalhados nesses espaços. Destacamos a Lei 13.006/14, que torna obrigatória a exibição de pelo menos 2 horas mensais de filmes nacionais em sala de aula. Nesse sentido, este estudo tem como objetivo principal analisar o cinema para além de recurso didático que pode ser utilizado no processo de ensino-aprendizagem de Geografia. E, mais especificamente, apresentar a historiografia do cinema e a sua influência educativa nos dias atuais; bem como, identificar as possibilidades dos filmes como método e metodologia crítica ao ensino-aprendizagem de Geografia; sua valorização no uso do cinema como ação político-pedagógica e de buscar destacar a formação dos professores em seu papel para com uma educação emancipadora entre as tecnologias, a arte nas obras cinematográficas e os conceitos e temas geográficos. Como suporte teórico-metodológico, a pesquisa se apoiou no referencial teórico de autores como: Napolitano (2013), Name (2008), Santos (2006), Libâneo (2009), Candau (1983) e Freire (1987). Buscando aprofundar a pesquisa, além da revisão de produções da área (cinema-Geografia), realizamos a seleção de dois livros didáticos de Geografia aprovados pelo MEC, são eles: Conexões ? Estudo de Geografia Geral do Brasil (Terra, Araújo, Guimarães; 2013) e Ser protagonista: Geografia (Moreirão; 2013), trabalhamos então analisando alguns filmes que se destacam nessas obras dentro dos capítulos que falam sobre o clima, sendo eles: O dia depois de amanhã (Roland Emmerich, EUA, 2004) e Twister (Jan de Bont, EUA, 1996). Também, pensando na Lei 13.006/14 trouxemos para debate uma sugestão de produção fílmica brasileira, o filme Para onde foram as andorinhas? (Mari Corrêa, Brasil, 2015). Os desafios do trabalho se propuseram no enfoque de conceder a sétima arte para além de um recurso didático, mas como um potencial político-pedagógico potente.

 

UMA ANÁLISE SOBRE O CONCEITO DE LUGAR E OS CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA LOCAL NO CURRÍCULO E NA PRÁTICA DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS, RJ
Autor: Tais Maciel Silva
Orientador: André Santos da Rocha
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: O presente trabalho discute a relevância do conceito de lugar no ensino de Geografia, tomando como eixo de análise o município de Duque de Caxias, localizado no estado do Rio de Janeiro, na região da Baixada Fluminense. A pesquisa teve como objetivo principal compreender de que forma o conceito de lugar é abordado nas escolas municipais de Duque de Caxias. Foram realizadas revisões bibliográficas para analisar as principais correntes que trabalham o conceito de lugar, além de uma revisão de importantes conceitos, como a noção de currículo e a construção do saber geográfico escolar. Foi realizada ainda uma revisão sobre a história do município de Duque de Caxias, visando contextualizá-lo na Baixada Fluminense e na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro. Além disso, foram realizadas entrevistas com professores atuantes nas políticas de construção curricular do município, e também, com professores regentes de Geografia das escolas municipais. A pesquisa explorou ainda, os documentos curriculares e materiais didáticos produzidos pela Secretaria Municipal de Educação do Município de Duque de Caxias. Os resultados mostraram que esta Secretaria não atribui a devida relevância ao conceito de lugar em seus documentos oficiais, além de não apresentar políticas de construção curricular atuais para o ensino de Geografia nas escolas municipais. Analisando a prática e as entrevistas realizadas com os professores regentes, conclui-se que a principal corrente do conceito de lugar trabalhado nas escolas analisadas é a corrente humanística.

 

MAPEAMENTO PARTICIPATIVO NA IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO À INUNDAÇÃO NO BAIRRO PARQUE MAMBUCABA, ANGRA DOS REIS/RJ
Autor: Fabiana Peres de Freitas
Orientador: Heitor Soares de Farias
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: O bairro Parque Mambucaba está localizado no município de Angra dos Reis em uma planície de inundação flúvio-marinha da bacia hidrográfica do rio Mambucaba, cuja a nascente situa-se na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, formando a mais extensa rede hidrográfica da Baía da Ilha Grande. Possui características importantes que indicam para a necessidade de conservação da biodiversidade, da história natural e humana, pois além de possuir a maior concentração da mata atlântica do Estado do Rio de Janeiro, foi palco do início da colonização do Brasil. Agregam-se às características naturais as intervenções antrópicas nesse ecossistema, relacionadas à ocupação irregular e a realização de modificações que alteraram profundamente o equilíbrio dos processos de transporte de sedimentos fluviais e escoamento superficial na zona litorânea. A interferência nesse geossistema provoca severas alterações nos atributos físicos, químicos, geológicos, biológicos e sociais. Essas modificações antrópicas contribuem para transformar a paisagem e ampliar os riscos ambientais relacionados às inundações. Tendo em vista a fragilidade ambiental e a vulnerabilidade social dos moradores do Parque Mambucaba, a questão principal dessa pesquisa é analisar, através do mapeamento participativo, quais as áreas suscetíveis aos riscos ambientais de inundações e como a população percebe esses riscos, já que há uma relação entre as áreas de maiores riscos e o contexto socioeconômico, comprovando a dependência sistêmica entre os aspectos físicos, o processo histórico de ocupação, políticas públicas e as áreas com maiores incidências de riscos ambientais, que são ampliados devido à percepção da população. A pesquisa foi desenvolvida utilizando a metodologia participativa na identificação das áreas de risco de inundações com os alunos do segundo ano Ensino Médio do Colégio Estadual Almirante Álvaro Alberto. Essa metodologia foi desenvolvida em três etapas: entrevistas sobre as percepções dos riscos, elaboração de um croqui para o reconhecimento do bairro e a produção do mapa participativo de riscos de inundações. Os resultados mostram que as áreas susceptíveis à inundação possuem condicionantes naturais e/ou construídos que indicam sua predisposição à ocorrência de acidentes futuros por ocasião de episódios pluviais intensos. São parte de um processo de construção social, pois esses foram produzidos a partir da ação da sociedade e é sobre ela que ele se manifesta. Estes são sentidos pelos indivíduos e, ao se manifestarem, podem provocar prejuízos às pessoas, aos bens, as estruturas e à organização do território. A percepção, o conhecimento e a consideração do risco podem variar em função da cultura, do nível de desenvolvimento econômico e mesmo do grupo social envolvido.

 

DA IMAGEM À IMAGEM: PORTO MARAVILHA E MUSEU DO AMANHÃ NO EMPREENDEDORISMO URBANO CARIOCA NO INÍCIO DO SÉCULO XXI.
Autor: Júlio César Dias Nascimento
Orientador: Guilherme da Silva Ribeiro
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: O objetivo desse trabalho é analisar as relações entre o Museu do Amanhã e a dinâmica urbana do centro do Rio de Janeiro no contexto do empreendedorismo urbano, de parcerias público-privadas e de estratégias de marketing. Amparado pelo materialismo históricodialético, investigo aspectos políticos, sociais e geográficos a fim de explorar a produção do espaço e suas contradições históricas. Envolvendo Governo Federal, Prefeitura Municipal e a Fundação Roberto Marinho, o Museu do Amanhã é parte de um projeto de desenvolvimento urbano nomeado Porto Maravilha cuja finalidade foi a de reconstruir a antiga área portuária do Pier Mauá para atrair o capital imobiliário. Às margens da Baía de Guanabara, o lugar foi escolhido para fundar um ambicioso edifício arquitetônico caracterizado por formas pós-modernas e por um acervo interativo particularmente consagrado à sustentabilidade ambiental. Entretanto, além de sofrer as consequências da poluição na própria Baía, esse espaço foi um dos mais importantes mercados mundiais de escravos até a segunda metade do século XIX. Atualmente, é cercado de favelas como o Morro da Conceição, Morro da Providência e Morro do Pinto, cujos moradores consistem em migrantes pobres, traficantes de drogas, descentes de quilombos e trabalhadores negros que sempre foram negligenciados pelo poder público. Em face dessas questões, minha conclusão é a de que o Museu do Amanhã não somente oculta a história, mas embranquece-a. Sua arquitetura e seu acervo não são mais que imagens vazias forjadas em nome do espetáculo. Nele, não há espaço para contradições.

 

AS REPRESENTAÇÕES NA CONSTRUÇÃO DA REGIÃO ECONÔMICA-TURÍSTICA-CULTURAL DO VALE DO CAFÉ FLUMINENSE
Autor: Kedma Mayara de Melo Barros
Orientador: André Santos da Rocha
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: Nesta pesquisa apresentamos problemáticas sobre a produção do Vale do Café as quais estão debruçadas em sua apropriação regional. Por revelar-se uma área marcada pela história do Brasil Imperial no século XIX, hoje a região tem vivenciado novas dinâmicas econômicas, políticas e culturais que surgem após os anos de 1990. O Vale do Café passou a ser (re)conhecido a partir das políticas públicas de turismo acionadas por agentes do campo econômico e do campo político. Novas representações são difundidas por esses agentes os quais ressoam noções de identidade, cultura e desenvolvimento. As representações são instrumentos de legitimidade regional. Destarte, o Vale do Café anuncia uma ?representação ideal de uma região?, o que corrobora para compreender as dimensões material e imaterial desse conceito-chave da Geografia no Vale. É imprescindível desnaturalizar o Vale do Café com o intuito de alcança-lo como entidade social/espacial apropriada por Empreendedores, Poder Público e Mídias (Sociais e Imprensa) os quais constroem novas representações. É, portanto, com o aporte teórico de Pierre Bourdieu, Roberto Lobato Corrêa e dos desdobramentos renovadores de Serge Moscovici e Denise Jodelet na teoria das Representações Sociais, que essa pesquisa se constitui. Têm-se como aporte empírico as falas e práticas de seus atores políticos, econômicos e culturais do Vale do Café.

 

ANÁLISE DAS ZONAS VULNERÁVEIS À PRESSÕES ANTRÓPICAS DA RESERVA BIOLÓGICA DO TINGUÁ- RJ
Autor: Debora Querino da Silva
Orientador: Gustavo Mota de Sousa
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: As unidades de conservação são espaços protegidos que estão sobre constante pressão do entorno constituído, na sua maioria por áreas urbanas. A Reserva Biológica do Tinguá (REBIO Tinguá) está, em sua maior porção, localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro é composta por grandes fragmentos florestais que junto com outras unidades de conservação formam o Mosaico da Mata Atlântica Central-Fluminense e do Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar. O objetivo deste estudo é analisar áreas vulneráveis por pressões antrópicas por meio do uso das geotecnologias e registros de infrações no âmbito da Reserva Biológica do Tinguá e sua Zona de Amortecimento. A metodologia utiliza como dados de entrada imagens RapidEye e autos de infração georreferenciados e registrados pela equipe da REBIO Tinguá. Os métodos aplicados foram divididos no mapeamento de cobertura da terra que tornou possível a obtenção dos padrões espaciais dos fragmentos florestais e; na construção de um mapa de densidade de autuações de infrações ambientais por meio de estatística espacial baseada em kernel. A junção entre os mapeamentos dos fragmentos florestais e a densidade de autuações possibilitou a construção do mapa de vulnerabilidade à pressões antrópicas dos limites da REBIO Tinguá e sua Zona de Amortecimento. Os resultados do mapeamento foram validados e apontaram percentuais de 63% e 23% para a vulnerabilidade média e alta para a ocorrência de novos autos de infração.

 

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO DE LAZER: UM ESTUDO SOBRE ?TURISTIFICAÇÃO? E ?RESORTIFICAÇÃO? A PARTIR DO PORTOBELLO RESORT & SAFÁRI (MANGARATIBA-RJ)
Autor: Raiza Carolina Diniz Silva
Orientador: Leandro Dias de Oliveira
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: A presente pesquisa buscou evidenciar os reflexos do processo de metropolização turística que corroborou para a produção de espaços de lazer no município de Mangaratiba, localizado na Região Turística da Costa Verde, no litoral sul fluminense. Ao mirar na análise do espaço, foi possível constatar formas de lazer elitista, desencadeadas por condomínios e resorts ao longo da faixa costeira. Nesse sentido, dedicou-se a estudar o fenômeno da resortificação do espaço de Mangaratiba, a partir do empreendimento Portobello Resort & Safári, identificando no objeto empírico, estruturas que evidenciam este ?fazer turístico? engendrado pela condição pós-moderna, no qual, pauta-se tanto no afastamento no plano espacial, diante da lógica da fuga do cotidiano, como também, no plano imaginário, diante da construção de simulacros.

 

2017 (14)
O ENSINO DE GEOGRAFIA E OS MAPAS MENTAIS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS ? RJ.
Autor: Marilza Santos da Silva
Orientador: Clézio dos Santos
Linha 3 –

Resumo: A presente pesquisa aborda os mapas mentais de crianças e adolescentes com autismo em ensino de Geografia, no município de Duque de Caxias, compreendendo as escolas municipais: GS e POTO, com alunos que estão incluídos no ensino fundamental segundo Segmento. O objetivo principal desta pesquisa é analisar como os alunos com transtorno do espectro autístico (ASD) representam o ?espaço vivo? através da expressão ensino cartográfico. Assim, fazer sentido e explorar as habilidades respectivas e habilidades cognitivas desses alunos. Para isso, esta pesquisa teve um olhar para a subjetividade do sujeito, em suas habilidades (e não em suas limitações: física, orgânica, intelectuais). Dessa forma, esse propósito correspondeu ao exame e avaliação dos formulários utilizados por tais indivíduos, na construção de representações gráficas, através da elaboração de seus mapas mentais, além da extração e interpretação dos elementos simbólicos comuns aos registros espaciais feitos. Assim, o estudo começou a abranger as características que englobam o autismo, a fim de demonstrar essa desordem desenvolvimental que afeta algumas crianças, bem como os direitos que garantem uma educação inclusiva para essas pessoas. Discute-se, também, o contexto histórico que engloba a cartografia escolar, bem como, elucida os processos metodológicos e cognitivos pertinentes a aprendizagem da cartografia em ensino de Geografia, abordando conceitos fundamentais para aprendizagem A importância da ?alfabetização cartográfica? desde as notas iniciais; O processo de organização, interação e construção espacial de crianças. Para isso, contextualizou-se uma breve apresentação do município de Duque de Caxias e das escolas selecionadas para pesquisa; os resultados das entrevistas com os profissionais da educação, bem como a proposta metodológica feita com os alunos com Tea no ensino de Geografia. Em seguida, a pesquisa é dedicada à sistematização e interpretação dos dados obtidos, bem como à apresentação de resultados e prova de hipóteses. Assim, neste estudo, foi possível contribuir (dentro do recorte espacial e temporal da pesquisa) para reflexões e análises acerca das representações mentais e das habilidades cognitivas superiores dos escolares com TEA, bem como, tendo em vista a proposta atividades, para oferecer ao aluno com autismo diferentes recursos cartográficos visuais. Diante da realidade da educação, cada sujeito é único no processo ensino-aprendizagem, e este trabalho terá como ponto de partida desmistificar a ideia de que crianças autistas com habilidades especiais, inseridas em um contexto de educação especial, são incapazes de interação e representação do ?espaço vivo?.

 

FORMAÇÃO CIDADÃ E OS ESTUDOS DO TERRITÓRIO COMO POTENCIAL PEDAGÓGICO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Autor: Tereza Helena Nunes Fonseca Lourenço
Orientador: Ana Maria Marques Santos
Linha 3 –

Resumo: Este trabalho busca discutir, no ensino de geografia, a formação cidadã a partir do potencial pedagógico dos estudos do território, numa perspectiva de uma cidadania territorializada. Mais especificamente, de que modo os estudos do território no ensino fundamental podem contribuir para formar uma noção de cidadania de pertença sobre o território, sendo este considerado em suas múltiplas dimensões. Esta pesquisa nasce da minha prática cotidiana no ensino de geografia no âmbito de uma escola municipal, no sub bairro de Jardim Palmares, localizado em Paciência, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, e da minha percepção e dúvida sobre se a escola, de certo modo, e o ensino de geografia, mais especificamente, tem contribuído para a formação de cidadãos críticos, conscientes e apropriados do território sobre o qual estão inseridos. Nesse sentido, para apoiar o pensar sobre a prática desta cidadania com consciência no território, destacam-se a construção das capacidades de intervenção sobre os eventos e fenômenos que se desenrolam no território, para isso nos pautamos em Gutiérrez e Santos para apoiar a discussão teórica nas categorias de cidadania a serem discutidas neste trabalho; e Haesbaert e Santos para fundamentar a categoria de território. Esta pesquisa foi desenvolvida em três etapas: levantamento bibliográfico, trabalho de campo da pesquisa e, por último, análise dos resultados. A partir dos dados analisados, foi possível constatar que é possível a realização de uma práxis que leve em consideração o conhecimento construído a partir das trocas de saberes e sobre a formação para a cidadania, com aporte nos estudos sobre o território e práticas territoriais dos alunos. Demos ênfase aos estudos sobre o território, dada sua relevância e de seu caráter potencialmente pedagógico no trabalho de construção de cidadania no ensino de geografia, buscando pensar a prática desta cidadania com consciência no território.

 

A PROBLEMÁTICA HIDROLÓGICA EM NOVA IGUAÇU/RJ VISTA A PARTIR DA ESCOLA PÚBLICA POR MEIO DOS PROJETOS DE TRABALHO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
Autor: Yasmin Ribeiro Molinari Mello
Orientador: Clézio dos Santos
Linha 3 –

Resumo: A presente pesquisa aborda as problemáticas hidrológicas no meio urbano, mais precisamente no município de Nova Iguaçu, no bairro Engenho Pequeno, analisando as modificações socioambientais construídas historicamente neste local, mostrando como as mesmas influenciam na dinâmica hidrológica. A disciplina de Geografia é trabalhada pelo viés do conceito de Lugar, focando na realidade do cotidiano dos estudantes para, desta forma, compreenderem com mais facilidade os problemas hidrológicos, dotando de significado o processo de ensino-aprendizagem. Estas questões são contextualizadas na escola CIEP 317 ? Aurélio Buarque de Holanda, com turmas do 6° ano do ensino fundamental através da metodologia da pedagogia de projetos, que visa uma maior interação entre professor / estudante, incentivando a pesquisa e a autonomia do estudante. Para colocar em prática tal metodologia, foi realizado um projeto nesta escola, abordando a problemática hidrológica a partir do bairro Engenho Pequeno, buscou-se utilizar atividades dinâmicas que saíssem das metodologias tradicionais de ensino. O uso da pedagogia de projetos possibilitou um maior envolvimento dos estudantes nas atividades escolares, incentivando os trabalhos em equipes e a cooperação, somando-se a esta metodologia o uso do conceito de Lugar, facilitou a compreensão das questões socioambientais presentes no recorte espacial, incentivando a busca por possíveis soluções para tais problemas.

 

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA DO INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ)
Autor: Isabela Batista de Medeiros
Orientador: Cristiane Cardoso
Linha 3 –

Resumo: Quando direcionamos nosso olhar para a educação percebemos que muitos desafios precisam ser superados, dentre eles: problemas na formação inicial do professor, a maior valorização do bacharelado em detrimento das licenciaturas, a desvalorização do professor no âmbito social e econômico, a distância entre a Universidade e a Escola, dicotomia entre a teoria e a prática. Percebemos então o quanto a formação inicial do futuro docente, assim como a formação continuada e em serviço, é de extrema importância. Por isso, o incentivo de programas como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), podem ajudar esses estudantes, futuros profissionais da educação, a enfrentar, com maior segurança os desafios postos pela educação contemporânea dentro da real necessidade da escola, onde os problemas são comuns a todos que dela fazem parte. Diante deste contexto, este trabalho tem como objetivo analisar como o PIBID influencia na formação dos alunos do curso de Geografia do Instituto Multidisciplinar da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

 

RESTAURAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA: POTENCIALIDADES, FRAGILIDADES E OS CONFLITOS AMBIENTAIS NA FLORESTA NACIONAL MÁRIO XAVIER, SEROPÉDICA/RJ
Autor: Ricardo Luiz Nogueira de Souza
Orientador: Heitor Soares de Farias
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: Este trabalho trata da análise Geo-ambiental da Floresta Nacional Mário Xavier, no Município de Seropédica ? RJ, utilizando como ferramenta o Geoprocessamento. Visa uma compreensão sistematizada de propostas relativas ao zoneamento ecológico-ambiental, conjugado com o crescente interesse no potencial conservacionista que a Unidade de Conservação apresenta. A discussão pretende problematizar a manutenção desta área protegida na medida em que ainda sofre com diversos conflitos ambientais, sob os efeitos da atuação antrópica, relacionadas à expansão de áreas urbanas, como também pela recém criação da rodovia BR-493, que seccionou a FLONA MX. Além disso, verifica-se que o reconhecimento dos conflitos ambientais é a base da proposta ao zoneamento ambiental, o que justifica sua manutenção como unidade de conservação. Tal proposta atua prioritariamente em localizar as potencialidades, como as espécies endêmicas em risco de extinção (peixe e rã) e vegetação (nativas e exóticas), e as fragilidades. Para a compreensão do tema é feito resumidamente um arcabouço legal, com enfoque no conceito de Unidades de Conservação, e analisados os documentos da unidade estudada, bem como os resultados da proposta de zoneamento ambiental e, para tanto, foram gerados mapeamentos das potencialidades (mapa de uso e cobertura do solo). Para análise dos conflitos foi realizado um mapeamento onde são apresentadas algumas características peculiares da FLONA MX, como a confecção do mapeamento da zona de amortecimento. Para o mapeamento de zoneamento foi estabelecido um zoneamento com conteúdo e normas de usos diferenciados, em consonância aos dados e informações dos mapeamentos anteriores. Os resultados obtidos com a proposta de zoneamento permitem a destinação de áreas para fins específicos, e fornecem subsídios na execução de planejamento e gerenciamento da Unidade, na elaboração do Plano de Manejo e para a tomada de decisões.

 

DINÂMICA DA COBERTURA DA TERRA DO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS GRANDES INCÊNDIOS NA REGIÃO DA PARTE ALTA
Autor: Natália Macedo Rodrigues
Orientador: Gustavo Mota de Sousa
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: O Parque Nacional do Itatiaia (PNI), primeira Unidade de Conservação brasileira, sofre de forma preocupante com os incêndios florestais, na região da Parte Alta, principalmente os de cunho antrópico. Nesse sentido, faz-se importante o conhecimento da dinâmica da cobertura da terra a fim de identificar as perdas e modificações sofridas através dos episódios dos maiores incêndios já ocorridos na UC. O mapeamento das classes de cobertura da terra através da mineração de dados é uma forma importante de verificar as mudanças ocorridas nas classes da região de estudo, através da classificação supervisionada. O objetivo do trabalho é contribuir para a análise da dinâmica da cobertura da terra na Parte Alta do PNI com base nos principais incêndios ali ocorridos, nos anos de 1988, 2001, 2007 e 2010. Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizados o limite do incêndio de 1988, imagens de satélite Landsat 5 e 7 e os Registros de Ocorrência de Incêndios (ROIS) do PNI. Como métodos, foi feito o recorte em 1 km de buffer da área de estudo, delimitação dos períodos anteriores e posteriores aos grandes incêndios, mapeamento da cobertura da terra, seguida dos processos de segmentação, mineração de dados, classificação, edição e validação da dinâmica da cobertura. Com os resultados, pode-se observar a enorme área atingida pelo incêndio de 1988, através do ROI, pois a imagem utilizada para este ano não contou com a mancha do incêndio, devido a grande presença de nuvens. Além disso, observou-se nos anos posteriores uma reincidência de queima nas mesmas áreas atingidas pelo incêndio de 1988, inclusive em áreas onde a vegetação ainda se regenerava de tal episódio. As áreas dos incêndios nos anos de 2001, 2007 e 2010 contaram com raios pontuais, ou seja, não atingindo toda a extensão da Parte Alta como no ano de 1988.

 

DESENVOLVIMENTO PARA QUEM? AS CONTRADIÇÕES SOCIOAMBIENTAIS NA BAIXADA FLUMINENSE E A GERAÇÃO DE CONFLITOS
Autor: Bárbara da Conceição Marques
Orientador: Monika Richter
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: A concentração de atividades industriais na Baixada Fluminense, articuladas às parcerias entre o setor público e privado, benefícios fiscais e fragilidades socioambientais proporcionaram ações conflitivas entre moradores locais e atividades poluidoras. Tal problemática trouxe a necessidade de dialogar as questões ambientais relacionadas às condições sociais e econômicas. Para contextualizar tais ações, foi realizado o estudo da Baixada Fluminense a partir da leitura de cinco municípios: Nova Iguaçu, Itaguaí, Japeri, Queimados e Seropédica. Os dados sobre municípios demonstraram contradições entre as atividades industriais e sua arrecadação econômica; os baixos índices sociais e a formação de conflitos ambientais através de denúncias ao Ministério Público. Dessa forma, a pesquisa utilizou a construção de bancos de dados geográficos e mapeamentos para análise dos condicionantes sociais, da distribuição das atividades industriais e das localidades com a presença de conflitos. Essas apropriações do espaço constataram casos de injustiças ambientais na Baixada Fluminense. Foi observado que as denúncias ao Ministério Público se concentram em áreas que apresentam maior renda e escolaridade, como é caso de Nova Iguaçu, que apresenta o maior quantitativo de denúncias em relação aos demais municípios.

 

ANÁLISE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO PEDRO, SUB-BACIA DO RIO GUANDU-RJ, A PARTIR DO SISTEMA GTP (GEOSSISTEMA ? TERRITÓRIO ? PAISAGEM) COMO SUBSÍDIO À CONSERVAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Autor: Dilson Duarte Pinto Machado
Orientador: Laura Delgado Mendes
Linha 2 – Território, Ambiente e Ensino de Geografia

Resumo: A presente pesquisa consiste na análise integrada da bacia hidrográfica do rio São Pedro, com vistas a identificar o estado atual em que esta bacia se encontra frente a alguns dados históricos levantados, visando à conservação e gestão desses recursos hídricos. Tal abordagem integrada possibilitou distinguir os geossistemas em biostasia e resistasia, identificar os territórios dos diversos atores que ocupam a bacia, bem como, perceber as transformações impressas na paisagem, oriunda de ações antrópicas ocorridas ao longo do tempo. Para tanto, utilizou-se o método tridimensional de análise da paisagem intitulado GTP (Geossistema-Território-Paisagem), o qual analisa estas três variáveis conjuntamente em uma perspectiva espaço-temporal. Percebeu-se a partir da referida análise problemas como, retilinização de alguns trechos do rio rumo à jusante, assoreamento em vários pontos do seu curso d?água, captação exacerbada de água dentro da Reserva Biológica do Tinguá, supressão da vegetação para formação de lavouras e pastagens, compactação do solo através do pisoteio do gado, retirada da mata ciliar e erosão das margens do rio, lançamento de esgoto in natura e lixo nos cursos d?água, uso de herbicidas e inseticidas nas lavouras, desequilíbrio ecossistêmico, avanço de cercas das terras dos pecuaristas sobre as terras dos pequenos agricultores, fechamento de ruas públicas, cercamento do rio e turismo predatório. A partir de tais problemas identificados, propôs-se algumas possíveis soluções sustentáveis. Dentre elas, a adoção de técnicas agroecológicas como, rotação de culturas, compostagem e sistema agroflorestal, somadas ao controle biológico, reflorestamento, pastejo rotacionado, fossas sépticas, entre outras. Ressalta-se que a bacia hidrográfica do rio São Pedro possui grande importância no que tange à contribuição de qualidade e quantidade de água para o canal principal (rio Guandu). Compreende-se também que o método GTP propiciou um levantamento de informações relevantes, que poderão ser aplicadas na elaboração de modelos a serem utilizados em futuras tomadas de decisão.

 

TERRITÓRIOS DE FALA: ESTUDO DE CASO DA COMUNIDADE QUILOMBOLA SANTA RITA DO BRACUHY, ANGRA DOS REIS, RIO DE JANEIRO
Autor: Isabo Moraes Moreira Lauria
Orientador: Guilherme da Silva Ribeiro
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: O objetivo da presente dissertação é estudar a Comunidade Quilombola Santa Rita do Bracuhy, localizada no município de Angra dos Reis, Estado do Rio de Janeiro, tendo como foco a questão territorial sob a perspectiva geográfica. Para tanto, o método escolhido advém do pensamento pós-colonial, com destaque para a crítica à ciência moderna construída, exatamente, a partir dos nexos entre território e saber, geografia e conhecimento, lugar e discurso desenvolvidos por intelectuais como Gayatri Chakravorty Spivak, Arturo Escobar, Alfredo Wagner Berno de Almeida e Carlos Walter Porto-Gonçalves. Assim, recuperamos como a legislação brasileira contempla os direitos fundiários das comunidades quilombolas a partir da Constituição de 1988, bem como a mobilização do Bracuhy no difícil processo de regularização fundiária. Envolvendo o diálogo com o Estado por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), surge aqui não apenas as disputas hierárquicas de poder pela terra, mas, sobretudo, a apropriação dos conceitos de quilombo e quilombola pelo Bracuhy e os componentes culturais, políticos e econômicos a eles associados. Nesse contexto, o território emerge como item crucial em termos de reconhecimento e de coesão comunitários, a intersecção empírica e discursiva, objetiva e subjetiva, material e imaterial responsável por congregar os quilombolas de Santa Rita do Bracuhy. A conclusão dessa dissertação problematiza o emprego de categorias coloniais no estudo de comunidades tradicionais, ao mesmo tempo em que desenha o jogo de representações estabelecido em torno da luta pelo território.

 

TERRITORIALIDADE AUTÔNOMA, UTOPIA E GEOGRAFIA DECOLONIAL PARA O DIREITO À CIDADE: UM ENSAIO SOBRE O CARNAVAL DE RUA NO RIO DE JANEIRO
Autor: Rafael Cordeiro da Cruz
Orientador: André Santos da Rocha
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: Este trabalho é fruto de uma pesquisa sobre autonomia e território, onde buscamos, à luz da Geografia Anarquista e Decolonial, demonstrar que no carnaval de rua do Rio de Janeiro existem fissuras capazes de aglutinar diferentes nichos da luta antissistêmica. Nossos objetivos variam entre a construção de uma noção de territorialidade autônoma, a crítica à racionalidade urbana e a construção de estratégias de luta, utilizando espaços-tempo caóticos, como o Carnaval. Enxergamos estas fissuras muito latentes nestes eventos e muitas possibilidades de permanência das ações dissidentes executadas ali. Buscamos contribuir para a construção de um saber geográfico que permita ao leitor empoderar-se do espaço que o rodeia com o olhar dissidente, a partir de casos que nos vieram à guisa de transformar o status quo dominante. Recortamos a cidade do Rio de Janeiro para delimitar um espaço de estudos, mas não para limitar nossa análise. O roteiro explanado serve para ilustrarmos um Carnaval marginal à espetacularização a que é relegada a festa. Todavia, mesmo marginal, este circuito arrasta multidões e incontáveis formas de protestos, territorialidades, ações dissidentes e de luta antissitêmica. O Carnaval que pretendemos mostrar aqui não se resume à folia per se, mas também a junção de demandas coletivas e individuais, a transformações no uso e apropriação de espaços da cidade e a possibilidades de mudança nas formas de enxergar e debater a emancipação nessses espaços-tempos. O Carnaval mostrado neste trabalho é uma espécie de utopia experimentada, efêmero e permanente, que vive em cada participante, durante todo o ano, em suspiros de alegria e revolta, de construção e desconstrução, na ocupação dos espaços da cidade com a presença do poder apenas da música e da horizontalidade.

 

GEO-GRAFIAS DXS SUJEITXS: GÊNERO E AÇÃO CULTURAL EM NOVA IGUAÇU
Autor: Carolina Pereira Peres
Orientador: Anita Loureiro de Oliveira
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: A Geografia nos permite refletir espacialmente a experiência cotidiana dos habitantes da cidade e este trabalho busca destacar a importância da ação cultural na cidade de Nova Iguaçu/RJ. As ações que ressaltamos nesta análise trazem contribuições para o pensamento crítico acerca das questões de gênero, corpo e sexualidades. O Coletivo Baphos Periféricos, o Poesia Segunda Pele, Sarau V, Cineclube Buraco do Getúlio e o Coletivo Cineclubista Xuxu com Xis são ações construídas coletivamente, por sujeitos que reafirmam sua existência enquanto periféricos e produzem espaços de diálogos a partir de suas demandas, construindo uma cidade possível a essas existências. Ressaltamos as formas de organização destas ações, os confrontos, dificuldades e limitações dos sujeitos que as animam, que apesar de não possuírem as tecnologias mais avançadas, promovem encontros, eventos e atrações, cujos sentidos colaborativos e horizontais merecem ser compreendidos. Os estudos dessas ações na Geografia e, sobretudo, os estudos de gênero, corpos e sexualidades nos espaços urbanos constituem estudos ainda marginalizados no campo da Geografia Cultural. Nos apoiaremos em autoras como Joseli Silva, que em seu livro ?Geografias Subversivas? (2009) traz uma opção metodológica para que possamos subverter as estruturas sociais que oprimem sujeitos e sujeitas periféricas e LBGTQI+, dando-lhes visibilidades dentro de um campo científico em que, historicamente, predominou o conhecimento do homem, numa perspectiva machista da ciência. A contribuição da segunda onda do feminismo para a Geografia foi de extrema importância para os estudos de gênero, corpos e sexualidades. Ainda assim, a epistemologia da Geografia é pautada por um enfoque cientifico masculino e ocidental, sobretudo europeu. Tal fato, reflete-se em ausências desses saberes não-hegemônicos nos currículos das Universidades e por uma conjuntura política que dificulta o debate sobre estes temas em outros espaços educacionais. As ações culturais de Nova Iguaçu que reunimos nesta análise refletem uma busca por dirimir as opressões causadas a esses sujeitos, e revelam ao corpo, à rua, à periferia, às mulheres, aos LGBTQIs+ o sentido subversivo necessário ao confronto das opressões cotidianas para tornar possível uma vida urbana renovada.

 

AÇÃO POLÍTICA E RESISTÊNCIA TERRITORIAL: TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA ENTRE OS CAIÇARAS DE SÃO GONÇALO ? PARATY, RIO DE JANEIRO
Autor: Thiago Lammoglia Monteiro
Orientador: Guilherme da Silva Ribeiro
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: Esta pesquisa está voltada à investigação do turismo de base comunitária realizado pela comunidade caiçara de São Gonçalo, no município de Paraty, Estado do Rio de Janeiro. Mais precisamente, busca entender de que forma este tipo de iniciativa significa uma ação política de resistência territorial e qual sua importância no que tange a evidenciar, propagar e fortalecer os saberes e a cultura local. O principal objetivo do roteiro criado pelos caiçaras é, além de apresentar a cultura caiçara local, difundir e evidenciar a violenta história do conflito territorial travado por décadas com a multinacional White Martins. Apoiamos nossa reflexão em um referencial teórico-metodológico pós-colonial, no intuito de dar voz aos sujeitos locais, entendendo que adotar essa perspectiva é pertinente pois, uma investigação que se baseia em um conflito territorial entre uma comunidade tradicional e uma empresa multinacional, faz com que nos remetamos à herança do pensamento moderno colonial presente em nossa sociedade até os dias de hoje. O acompanhamento da realização do roteiro se mostrou a principal estratégia metodológica da pesquisa. Foi com a observação da forma como os guias caiçaras locais se expressavam quando conduziam os grupos e com as falas e histórias de vida dos caiçaras envolvidos, que entendemos, com mais nitidez, a função política do roteiro. Concluiremos afirmando estarmos diante de uma iniciativa que se configura como uma ação política de luta pelo território e de valorização dos saberes e da cultura local. Mostraremos, também, que o roteiro de turismo de base comunitária estudado é uma iniciativa de produção de conhecimento que coloca em diálogo diversas formas de saberes.

 

A REESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL-PRODUTIVA DE ITAGUAÍ: ASCENSÃO E CRISE DE UMA CIDADE-SÍMBOLO DO NOVO DESENVOLVIMENTISMO FLUMINENSE
Autor: Guilherme Mapelli Chagas
Orientador: Leandro Dias de Olivera
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: No decorrer desta década, a cidade de Itaguaí passou a se reconfigurar como um polo de desenvolvimento econômico; seja por ser sede do Porto de Itaguaí (antigo Sepetiba) ? responsável pelo escoamento da produção de grande parte do estado do Rio de Janeiro ? seja pela recente implantação de indústrias em seus limites (e no bairro contíguo de Santa Cruz). O território de Itaguaí tornou-se, assim, significativo no que concerne a inúmeros impactos sócio-espaciais e mudanças urbanas- produtivas. A presente pesquisa tem pretensões de avaliar o processo de reestruturação territorial-produtiva ? caracterizar o cenário atual produtivo ? e o seu reflexo, as suas marcas, em tal recorte espacial definido, tendo em vista o recorte temporal a partir do governo do Luiz Inácio Lula da Silva, do seu ?novo desenvolvimentismo?. Período este em que o Estado voltou a atuar com mais força, emergindo a partir disso um modelo econômico com novas bases produtivas, com a tentativa de dinamizar a política industrial, e apresentando assim maior intervenção e regulação econômica do Estado, implicando em novos atores e novas dinâmicas a partir da retomada do pensamento desenvolvimentista. Configura-se um período em que o Estado se demonstra desenvolvimentista, mas com amarras neoliberais. Itaguaí passou a se inserir em um dos ?territórios-ação? para abarcar os processos intrínsecos aos objetivos engendrados pelo retorno do papel do Estado com a problemática do desenvolvimento. Portanto, é imprescindível enunciar quais as marcas do ?novo desenvolvimentismo? que se fazem presente no respectivo recorte espacial e de como este se faz apenas o lócus de concentração de atividades estimuladas por um ?projeto? político-econômico iniciado a partir do governo Lula, que se concretiza deslocado de uma articulação com a esfera da administração local, não levando em questão as amarraras, as teias das relações presentes no território.

 

A CIDADE HISTÓRICA NA PÓS-MODERNIDADE: A PRODUÇÃO URBANA PARA O CONSUMO VISUAL ? OLHARES SOBRE PARATY E A FLIP
Autor: Jefferson de Oliveira Vinco
Orientador: Maurilio Lima Botelho
Linha 1 – Espaço, Política e Planejamento

Resumo: O urbano pós-moderno apresenta desafios interpretativos que já foram enfrentados por importantes autores dentro da geografia. Entretanto, o quadro elucidativo foi construído visando explicar os processos observados em grandes metrópoles financeiras, nas cidades que são o coração da economia capitalista contemporânea. Nossa intenção se volta para as cidades consideradas históricas, em geral, cidades pequenas ou médias, que possuem um considerável nível de preservação de seus monumentos. Essas cidades-patrimônio ascendem no, século XX, como importantes espaços destinados a cultura, a história, a memória e ao lazer e seus perímetros urbano-históricos são produzidos para se tornarem espaços de consumo visual. A pós-modernidade chega ao urbano a partir da culturalização do planejamento citadino, uma série de preservações, restaurações e invenções são aplicadas na cidade objetivando desenvolver formas e histórias que sejam atrativas aos olhos e assim mobilizem desejos de consumo. Patrimonialização, espetacularização e festivalização são processos que se unem e formam uma tríade, que constrói cenários utilizando a valorização estética do passado, ou do que se imagina e se quer produzir como passado, para constituir rendas de monopólio através da exploração de características urbanas distintivas, únicas em todo país. Logo, é Paraty e sua festa literária que aguçam nossos olhares e nos motivam a interpretar os intensos processos que incidem sobre o urbano e acabam assim por fragmentá-lo e esfacelá-lo devido à produção desigual do espaço. A intensa periferização a qual a cidade foi submetida, no momento em que seu centro histórico começou a ser produzido como uma mercadoria-cultural de luxo, responde aos ideais da constituição de simulacros urbanos pós-modernos em que tudo e todos são transformados em imagem e rendidos ao império do dinheiro, degradando toda sociabilidade, outrora tão efusiva e extasiante na pacata cidade isolada entre a planície e a serra.

 

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