História

Enquanto na maioria dos países economicamente desenvolvidos o ensino florestal formal existe desde o século XIX, no Brasil, o Curso de Engenharia Florestal é relativamente novo e surgiu após o trabalho dirigido por técnicos que trabalhavam com o objetivo do desenvolvimento do setor florestal brasileiro. Muitos desses profissionais eram agrônomos silvicultores que obtiveram complementação de suas formações em escolas florestais do exterior e atuavam com ensino e pesquisa no ensino superior. Paralelamente, aumentavam as discussões no Brasil e no mundo sobre os problemas relacionados à utilização e conservação dos recursos florestais. Nesse contexto, tentativas para criação do ensino florestal no país floresciam na década de 50.

Em 1960, finalmente, foi criado o primeiro Curso de Engenharia Florestal no Brasil, a Escola Nacional de Florestas ENF, através do Decreto-Lei n° 48.247, publicado no Diário Oficial da União em 20 de junho. Foi instalada na Universidade Rural do Estado de Minas Gerais UREMG, em Viçosa, porém em 14 de novembro de 1963, antes da formação da primeira turma de Engenharia Florestal do Brasil, essa foi oficialmente transferida para Curitiba e incorporada à Universidade Federal do Paraná (Decreto nº 52.828).

Em março de 1964, após a transferência da ENF para Curitiba, o Governo do Estado de Minas Gerais criou a segunda Escola de Florestas do Brasil, então denominada Escola Superior de Florestas, incorporando-a a UREMG em substituição à ENF e que viria ser federalizada em 1969, transformando-se na atual Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Dentre as instituições brasileiras que atualmente oferecem cursos de Engenharia Florestal, o da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foi o terceiro a ser criado, sendo reconhecido pelo Decreto do Conselho de Ministros nº 1.984 de 10 de janeiro de 1963 que aprovou o Estatuto da Universidade Rural do Brasil, o qual considerou o parecer nº 175 de 1962 do Conselho Federal de Educação. Nesse decreto consta a Escola de Engenharia Florestal como uma das cinco escolas de formação profissional da universidade e que teria como finalidade existencial “a formação de engenheiros de florestas, tendo em vista a avaliação de nossas reservas, seu aproveitamento racional, sua conservação, o reflorestamento, e a tecnologia das madeiras.”, conforme estabelecido no Parágrafo 3º, do Artigo 7º do estatuto.

A UFRRJ, na época denominada Universidade Rural do Brasil, poderia ter recebido o primeiro curso de Engenharia Florestal do Brasil a ser instalado junto a já existente Escola Nacional de Agronomia da referida universidade. Essa era, pelo menos, a intenção inicial do grupo de trabalho do Governo Federal responsável por planejar a criação da escola e conforme se observa no Anteprojeto de Lei de autoria de Paulo Ferreira de Souza, presidente da comissão de trabalho e também ex-professor da Universidade Rural do Brasil, conforme pode ser observado em seu manuscrito “Escola Nacional de Florestas: Necessidade de sua Criação” do ano de 1958. A história conta que, devido a razões políticas, a escolha inicial da comissão de trabalho foi preterida e o estado de Minas Gerais foi contemplado com a Escola Nacional de Florestas.

Apesar do funcionamento da Escola de Engenharia Florestal na Universidade Rural ter sido aprovado em 1963 pelo referido decreto, o seu funcionamento efetivo só teve início em 1967, uma vez que havia certa dificuldade na aprovação dos candidatos nos vestibulares posteriores ao decreto, além disso o curso enfrentava dificuldades para se estruturar em seu início. Foi no ano de 1967 que se iniciou a primeira turma, a qual viria a se formar em 1970 com os 21 primeiros engenheiros florestais da UFRRJ.

Nos primeiros dois anos de curso, o currículo dos estudantes de Engenharia Florestal era comum com o dos graduandos de Agronomia, o que facilitou a estruturação do curso em seu ciclo básico até a chegada das disciplinas do ciclo profissional no terceiro e quarto ano de curso. A formação da primeira Congregação da Escola de Engenharia Florestal reuniu docentes especialistas nas disciplinas que compuseram o primeiro currículo do curso, agregando cadeiras que, em alguns casos, até hoje encontram-se presentes na matriz curricular do curso como: Matemática; Física; Química Inorgânica; Zoologia; Botânica; Agrometeorologia; Solos; Química Orgânica; Ecologia; Topografia; Genética; Bioquímica; Fitopatologia; Entomologia; Silvicultura; Silvimetria; Fisiologia Vegetal; Dendrologia; Fotogrametria; Manejo Florestal; Fotointerpretação; Tecnologia de Produtos Florestais; Economia e Política Florestal; Engenharia Rural; Defesa Florestal; Tecnologia de Madeira; Sociologia Rural e Estatística.

Com as consequentes mudanças na estrutura administrativa da universidade, a Escola de Engenharia Florestal acabou por ter sua denominação alterada para Curso de Engenharia Florestal, sendo posteriormente alocado no Instituto de Ciências Florestais, nome este que vigorou por pouco tempo, tendo em vista que a proposta de reformulação do estatuto da universidade, dada a alteração dessa para a natureza de autarquia, acabou por criar o Instituto de Florestas como um dos constituintes do rol dos institutos aplicados da instituição de ensino. O Instituto de Florestas, de início, teve aprovado a formação de dois departamentos, sendo eles o Departamento de Silvicultura e o Departamento de Proteção e Produtos Florestais. Posteriormente o estatuto universitário passou a exigir a existência mínima de três departamentos por instituto de modo que se consolidou a divisão que vigora até a atualidade dos departamentos que compõem o Instituto de Florestas e oferecem as principais disciplinas profissionalizantes do Curso de Engenharia Florestal, sendo esses o Departamento de Silvicultura, o Departamento de Produtos Florestais e o Departamento de Ciências Ambientais. Esses departamentos também ofertam disciplinas para outros cursos de graduação e de pós-graduação da UFRRJ.

Desde a implantação do curso, com todas as mudanças na estrutura administrativa da universidade e com as evoluções naturais na área do conhecimento das ciências florestais que ensejaram alterações no currículo do curso, até o ano de 2019, a UFRRJ já formou 1.718 engenheiros florestais.

Postado em 20/09/2021 - 16:42 - Atualizado em 21/09/2022 - 16:49

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