Aureliano Lopes da Silva Junior

Categoria: Permanente

E-mail: aurelianolopes@gmail.com

Instituição: UFRRJ

Linha: Clínica, Saúde e Educação na Contemporaneidade

Redes Sociais: 

Projetos de pesquisa:

Tem experiência nas áreas de Psicologia, Psicologia Social e Saúde Coletiva, com interesse pelos seguintes temas de pesquisa: diversidade sexual e de gênero; corpo, interseccionalidade e saúde; políticas públicas, instituições e modos de subjetivação; biotecnologias reprodutivas.

Projeto: Acesso à origem e direito à história: reprodução assistida e adoção

Família e sexualidade se cruzam de várias formas. Não apenas porque tradicionalmente a produção da família se dá através do sexo, mas por conta das inúmeras regulações da sexualidade presentes em nossa sociedade, em nome da preservação da família, inscritas no que Foucault chama de biopolítica. A necessidade de nomeação e a determinação da biologia nos formatos de família presentes ainda hoje, apesar dos avanços tecnológicos e jurídicos, marcam as concepções de parentalidade que nos formam. Inicialmente pensada para oferecer a possibilidade da parentalidade para casais heterossexuais com problemas de fertilidade, a reprodução assistida, em suas várias modalidades – inseminação artificial, fertilização invitro, barriga de aluguel/gestação de substituição – é cada vez mais pensada também como saída para casais de pessoas do mesmo sexo e pessoas solteiras que pretendem ser mães ou pais. No ano de 2019 foi intenso o debate francês a respeito da extensão da reprodução assistida para casais de lésbicas e o fim do anonimato dos doadores de gametas. Através de uma perspectiva cartográfica de pesquisa, pretende-se (1) acompanhar casos de pessoas sozinhas ou casais que utilizaram útero de substituição no Brasil; (2) conhecer a dinâmica parental de casais de homens e casais de mulheres que tiveram filhos através de reprodução assistida, utilizando o genes heterólogos e homólogos simultaneamente; (3) conhecer a dinâmica parental de casais heterossexuais que se utilizaram de genes heterólogos, sempre com o objetivo de pensar de que forma a noção de origem está conectada com a produção de verdades sobre a parentalidade e como o peso e a importância dos vínculos biológicos são negociados.

Projeto: O uso de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais: sentidos e protocolos de atendimento na saúde pública brasileira  

Este projeto integra a dobra/linha Saúde, Corpo e Subjetividades do GEPSID e objetiva uma análise dos protocolos de atendimento clínico e propostas terapêuticas a travestis e mulheres transexuais que possuem o chamado silicone líquido industrial em seus corpos, na atenção integral à sua saúde. Este recorte se deve a diversos estudos acadêmicos que tanto corroboram a informação sobre o recorrente uso de silicone líquido industrial pela ?população trans? feminina brasileira (Carrara et al, 2018; Magno, Dourado e Silva, 2018; Rocon et al., 2018; Vartabedian, 2018 e 2016; Silva Junior, 2016; Dourado et al, 2016; Pinto, et al., 2015; Santos, 2014; Duque, 2013; Pelúcio, 2009; Kulick, 2008; Benedetti, 2005; Peres, 2005; Silva, 1993) como também descrevem certo ?não-saber? do campo biomédico como um todo na efetiva prevenção de riscos e redução de danos à saúde desta população (Pinto et al, 2015). A literatura do campo biomédico voltada para o uso de silicone líquido industrial, em quase sua totalidade, se restringe a apontar seus riscos e condenar tal prática (Lopes & De Morais Siqueira, 2013; Fraga, Castro, Perin e Helene Junior, 2007; Mello et al., 2013; Pereira et al., 2015; Romano, 2008). Deste modo, se faz ausente uma reflexão mais apurada que, a partir dos sentidos da recorrência de seu uso e impactos na saúde da população trans feminina, possa colocar esta questão em análise junto a profissionais de saúde, intentando construir protocolos de atendimento que possam responder às efetivas demandas desta população no que tange às suas modificações corporais e construção do gênero.