Banca de Defesa: Alerson de Souza Godoy
DATA : 31/07/2023
HORA: 14:00
TÍTULO: A HISTÓRIA QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA: O carnaval carioca como um movimento filosófico e político
PALAVRAS-CHAVES: Mangueira, Samba, Carnaval, Resistência, Imagens dialéticas.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente – PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS
Interno – MICHELLE BOBSIN DUARTE
Externo à Instituição – MARCELO GUSTAVO LIMA DE CAMPOS
Externo à Instituição – RAFAEL HADDOCK-LOBO
RESUMO:
Este trabalho visa investigar o desfile de 2019 do GRES Estação Primeira de Mangueira dentro de uma perspectiva política e filosófica decolonial, buscando analisar a possibilidade de tomar o Carnaval como uma expressão da cultura popular brasileira de resistência com relação aos modos de dominação vigentes. Tendo em vista que é um movimento que surge dos oprimidos e se mantém como um lugar de fala e reivindicação das classes dominadas, o carnaval é uma das chaves de compreensão da complexidade filosófica dos povos afro-diaspóricos no Rio de Janeiro. Embora em seu percurso histórico tenha sofrido uma apropriação pela sociedade capitalista, sendo transformado, em certa medida, em produto da indústria cultural, o samba mantém o seu aspecto revolucionário. Propõe-se evidenciar esses aspectos por meio da resistência cultural, tendo como objeto principal de investigação a realização do imperativo benjaminiano do “escovar a história a contrapelo” no desfile do GRES Estação Primeira de Mangueira em 2019 e através do projeto estético de Leandro Vieira, carnavalesco da agremiação naquele ano. Esse desfile possibilitou o surgimento de diversas imagens dialéticas que nos fornecem instrumentos para a resistência ao sistema colonial dominante. Esse exercício teórico será pautado nas teses filosóficas de Walter Benjamin, Didi-Huberman, abordando possibilidades de relações com outros pensadores e com o mencionado desfile.