No dia 12 de julho de 2020, as estações da rede Sismográfica Brasileira registraram um tremor de terra de magnitude 2.1 mR na região de Seropédica. A apreensão da sociedade é muito comum em casos similares a este, principalmente, nos casos de países sem registros significativos de terremotos como o Brasil. Ainda que a atividade sísmica seja considerada de baixa intensidade, muitas pessoas sentem um verdadeiro incômodo sobre a possibilidade de ocorrer um evento de maior periculosidade. Não há, neste caso, motivos para maiores alardes ou necessidade de alguma precaução mais elevada. As condicionantes geológicas atuais do território brasileiro são suficientes para proporcionar alguma tranquilidade para a população local.
Alguns métodos geofísicos indiretos permitem a elucidação das características internas do planeta Terra. Nós podemos interpretar que o interior do planeta é organizado em camadas de comportamentos mecânico e químico distintos. Em termos composicionais, a Terra é dividida, das porções mais rasas para aquelas mais profundas, em crosta, manto e núcleo. Por sua vez, a divisão baseada nas propriedades físico-químicas das rochas indica que a porção mais externa do planeta é chamada de litosfera, que envolve toda a crosta (continental e oceânica) mais uma porção do manto superior.
O entendimento sobre o arranjo interno do planeta é fundamental para a compreensão sobre os processos geológicos ocorridos na superfície do planeta, bem como na percepção de como os terremotos são desenvolvidos. A litosfera é dividida em várias partes, chamadas de placas. A forma como ocorre a interação entre as placas, especialmente nas zonas limítrofes, é conhecida como Tectônica de Placas. Nesse sentido, o movimento das placas leva ao desenvolvimento de feições marcantes na superfície do planeta, por exemplo, a formação de cadeia de montanhas. A intensidade na movimentação das placas ao longo do tempo geológico levou a criação ou destruição de expressivas massas continentais e diferentes oceanos. O oceano atlântico, da forma como conhecemos hoje, é o resultado do início da fragmentação de uma massa continental gigantesca ocorrida há aproximadamente 130Ma, conhecida como Gondwana. Essa fragmentação proporcionou o desenvolvimento de duas placas, denominadas de placas Sul-Americana e Africana. Essas placas permanecem se afastando até os dias atuais, com uma taxa de afastamento de 7 a 8 cm por ano. O território brasileiro está inserido na Placa Sul-Americana e é considerado uma região de estabilidade tectônica, isto é, sem ocorrências de terremotos/atividade sísmica de magnitude elevada. Isso acontece porque a maior parte dos sismos reconhecidos no planeta está concentrada nas bordas ou limites das placas.
Então, se estamos em uma área estável, por que sentimos tremores de terra? O movimento lento e gradual da Placa Sul-Americana implica em ajustes de características crustais, levando a pequenos sismos semelhantes aquele sentido na região de Seropédica e adjacências. Ainda que a percepção da Terra em movimento seja perturbadora para a atividade humana, sismos desta magnitude são frequentes em todo o Brasil, sem que haja prejuízos de ordem catastrófica. Finalmente, os estudos dos processos geológicos são essenciais para a sociedade e auxiliam na explicação dos diferentes fenômenos associados à evolução do planeta.
ALAN WANDERLEY ALBUQUERQUE MIRANDA – PPGMEG
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