A história do Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias da UFRRJ tem seu início quando o Prof. Lauro Travassos, um dos principais nomes da segunda geração de cientistas formada por Oswaldo Cruz, presta concurso para a Cadeira de Parasitologia da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (hoje UFRRJ) em 1930. Com a promulgação do Estado Novo, em novembro de 1937, o Prof. Travassos teve sua carreira interrompida na Instituição pela lei que proibia a acumulação de cargos. Com a saída do Prof. Travassos, assume a cátedra Hugo de Souza Lopes, especialista em Entomologia, de 1938 a 1964.

Em 1943 ocorreu a transferência da Escola para a criada Universidade Rural do Brasil, no Km 47 da Antiga Rodovia Rio – São Paulo, quando foi criado o Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA) que pelo decreto lei n⁰ 6.155, de 30 de dezembro. Ao se aposentar, Hugo de Souza Lopes, deixou a Cátedra aos cuidados de sua equipe: Rubens Pinto de Mello, Paulo Iide, José Luiz de Barros Araujo e Hugo Edison Barboza de Rezende.

Em outubro de 1965, a Universidade iniciou sua experiência com relação do regime de tempo integral e dedicação exclusiva, que culminou com a criação nesse mesmo ano da Escola de Pós-Graduação. Nesta oportunidade  começou o Curso de Parasitologia, oferecendo condições para que os docentes pudessem obter o grau de "Magister Scientiae".

Na década de 1970, com a regulamentação dos Cursos de Pós-Graduação pelo Conselho Federal de Educação, a Universidade reformulou seu programa de Pós-graduação visando o credenciamento. Com este objetivo, evitando a dispersão de recursos, decide desenvolver e consolidar aqueles cursos que apresentavam massa crítica com potencial para contribuir para o desenvolvimento da tecnologia agropecuária brasileira.

Diante desta conjuntura os Professores Rubens Pinto de Mello, José Luiz de Barros Araujo e Hugo Edison Barboza de Rezende, da Área de Parasitologia se propõe a organizar o Curso de Pós-Graduação "Stricto sensu". Para viabilizar o funcionamento do Curso, foi necessário a participação de pesquisadores de outros Departamentos da UFRRJ e Instituições como o Museu Nacional, Dalcy de Oliveira Albuquerque, Arnaldo Campos dos Santos Coelho e Newton Dias dos Santos; do Instituto Oswaldo Cruz, José Jurberg; do Centro Panamericano de Febre Aftosa, Raul Casas Olascoaga, Max Brugg e Eduardo Ramón Centeno; da EMBRAPA, Prof. Jerome Langenegger e Jurgen Dobereiner; da ESALQ, Prof. Carlos Holger Wenzel Flechtmann; da UFF o Prof. Elói Garcia e de outros depatamentos da UFRRJ, Adriano Lucio Perachi, Alzido de Oliveira, Bruno Alípio Lobo, Carlos Maria Hubinger Tokarnia, Cincinnato Rory Gonçlves, Eugenio Izecksohn, Ismar Pereira Neves, Lamartine Antonio da Cunha Filho, Luiz Paulo Ribeiro, Pedro Domingues Lanzieri e Humberto Macharetti. Com esta equipe iniciou-se, em agosto de 1972, o Curso de Pós-Graduação em Parasitologia.

A primeira contratação ampliando o quadro de professores foi Laerte Grisi, posteriormente vieram os Professores Carlos Luiz Massard, Carlos Wilson Gomes Lopes, Daisy Wilwerth da Cunha, Suzana Bencke Amato e José Felipe Ribeiro Amato, Ulisses Eugenio Cavalcante Confalonieri, Nicolau Maués da Serra Freire e João Luiz Horacio Faccini.

Foi em 1973 com o objetivo de atender às áreas de concentração de Acarologia, especialmente no que se referia às doenças transmitidas por carrapatos, que convidamos o Prof. Wilhelm Otto Daniel Martin Neitz. Veio para um ano de contrato e aqui ficou sete anos, até agosto de 1979, quando faleceu. Poucas semanas depois da chegada do Dr. Neitz, incorporou-se à equipe, o Prof. Gonzalo Efrain Moya Borja. Em 1974, com o apoio do CNPq, chega a Dr^a Anna Verster, helmintologista que contribuiu oferecendo curso prático e atualizado.

Nesta época, a Universidade Rural era incluída no Programa de Educação Agrícola Superior (PEAS), criado para atender o desenvolvimento das Ciências Agrárias. Em junho de 1974, assinado o convênio com o Ministério da Educação e criada a coordenação do PEAS na Universidade, surgia a oportunidade para treinamento no exterior de nossos jovens professores. Foi neste período de intenso trabalho que o Curso foi considerado Centro de Excelência pelo CNPq e obteve o credenciamento pelo CFE., pelo parecer n⁰ 1852/75.

Com o apoio do PEAS foi contratado o Dr. Vernon Tatcher para a helmintologia, porém ficou pouco tempo indo para o IMPA. Em, 1977 foi substituído pelo Prof. Michael Robin Honer, que implantou linha de pesquisa sobre epizootiologia de helmintos. O programa do PEAS financiava infra-estrutura, equipamentos, biblioteca e material de consumo.

urgiu então o PRONAPESA, foi apresentado um projeto que permitiu continuar a construir, equipar e adquirir material.

Durante este período, colaboraram na lecionação e na orientação de pesquisas, David Warley e Thomas Yuill (epizootiologia), Oscar Schlm (hematologia), Conrad Yunker (acarologia), Herbert Cox (protozoologia), PhillipScholl (entomologia).

Em 1978 retornou à Universidade Rural, por transferência da UFF, a Professora Ana Margarida Langeneger de Rezende. Em 1981, por transferência interna vieram as professoras Eliane Maria Vieira Milward de Azevedo e Maria de Lurdes Azevedo Rodrigues. Em 1982 foi inaugurado o Anexo II do Instituto de Biologia com o nome do Prof. Hugo de Souza Lopes.

Em 1979 abriam-se novas perspectivas para o Curso, o  Programa de Cooperação com Conselho Britânico finaciado pelo CNPq. O primeiro pesquisador a visitar a UFRRJ foi David Davis em 1980, ministrando curso de imunologia. No mesmo ano, Gordon Scott ministrou curso especial sobre avanços nas pesquisas das riquetioses. Durante novembro/dezembro de 1980 e março/abril de 1982 recebemos o Chefe de Laboratório de Edinburgo, Bryan Kelly, que ajudou a implantação do laboratório de estudos patológicos voltado para o diagnóstico de doenças parasitárias. Por duas vezes (81 e 83) visita-nos o Dr. Alan Rowland, Chefe do Departamento de Patologia de Edinburgo, que além de ministrar cursos, orientou atividade de pesquisa. Foi durante a vigência deste convênio que apresentamos o pedido de renovação do credenciamento do Mestrado e o credenciamento do Doutorado, que recebeu o parecer 800/81 do Conselho Federal de Educação.

Em 1984 os professores deste Curso se reúnem para o planejamento de um projeto interdisciplinar e interinstitucional envolvendo Viçosa, UFMG e CNPGL/EMBRAPA, este projeto foi aprovado pelo FINEP. Nesta mesma época, surge a perspectiva de um convênio com a Universidade de Maryland e por extensão com o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA). Deste convênio, como prioridade de interesses para ambas as Instituições, mereceram atenção as doenças do pescado e as doenças por coccídios.

Durante o período de 1985 até os dias atuais recebemos como pesquisadores ou professores convidados os doutores Davis B. Taylor, da Universidade de Nebraska / USDA, especialista em genética de populações; Jerry F. Buttler da Universidade da Florida / Gainsville, especialista em entomologia; Richard Karl Reinecke da África do Sul, especialista em helmintologia, ficou como professor e orientador do CPGMV-PV durante dois anos; Danel Hayle do USDA / Gainsville / Florida, especialista em sistemas de computação, David Eric Evans da Inglaterra, especialista em ecologia de carrapatos ficou como professor e orientador deste curso durante quatro anos; Rafael de la Vega Ruibal do Laboratórios Biologicos e Farmaceuticos do Ministério da Agricultura de Cuba, especialista em ecologia de carrapatos, ministrou disciplina para a Pós_graduação, ficando no curso por um mês retornando, em 2004, como Professores Visitantes Estrangeiros no Programa de  bolsa CAPES / PVE.

Em 1987 conseguimos contratar os professores Erik Daemon de Souza Pinto e Adevair Henrique da Fonseca após a aprovação em concurso público. Posteriormente as professoras Rita de Cássia Alves Alcântara de Menezes (1991), Maria Júlia Salim Pereira e Vânia Rita Elias Pinheiro Bittencourt (1993) também aprovadas em concurso público. Em 1995 é contratado o professor Fábio Barbour Scott, e em 1998, os professores José Luis Fernando Luque Alejos e Kátia Maria Famadas, todos aprovados em concursos públicos. Em 2000, a professora Teresa Cristina Bergamo do Bomfim transferiu-se da Universidade Federal de Juiz de Fora, ingressando no corpo docente do Departamento de Parasitologia Animal, completando assim o corpo docente atual do Curso.

Com relação aos financiamentos de pesquisas, a partir de 1987 os recursos oriundos do CNPq (Taxas de bancada) e CAPES (Taxas acadêmicas, PROAP e PROIN) têm sido de grande importância para manutenção da excelência do curso. Os projetos individuais ou integrados de pesquisas sob os auspícios do FINEP, CNPq e FAPERJ também foram importantes para obtenção de material permanente e de consumo para manutenção dos laboratórios de pesquisa.

No ano de 2001 este Programa passou por grandes modificações na sua estruturação geral. Por recomendação da CAPES/CTC (em dezembro de 2000), o CPGMV-PV criou uma nova área de concentração denominada Sanidade Animal, aproveitando parte do corpo docente do antigo Curso de Doutorado em Sanidade Animal, que naquela ocasião não havia sido recomendado para implantação. Para atendimento desta proposta, o Colegiado entendeu ser necessária a alteração do nome do Programa que passou a ser denominado Curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias com duas áreas de concentração: Parasitologia Veterinária e Sanidade Animal (Deliberação n° 064 de 19/11/2001 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRRJ).

As linhas de pesquisa desenvolvidas pelo Curso são: a) Epidemiologia; b) Processo saúde-doença em animais de produção; c) Processo saúde-doença em animais de companhia; d) Bioecologia das Parasitoses de Importância em Medicina Veterinária; e) Diagnóstico de parasitos de Importância em Medicina Veterinária e f) Controle de parasitos de Importância em Medicina Veterinária.

Ao longo de sua existência, este Programa manteve convênios com várias Instituições nacionais e internacionais, das quais citamos a título de exemplo, University of Maryland (Programa Partness of America), Conselho Britânico/ Universit of Edinburg, MAPA e FIOCRUZ. Atualmente, o CPGCV mantém convênios com a EMBRAPA Agrobiologia (Projeto Sanidade Animal/UFRRJ), EMBRAPA Gado de Leite, EMBRAPA Pecuária Sudeste e EMBRAPA Caprinos, visando o treinamento de alunos de mestrado e doutorado em algumas técnicas. Além destes convênios formais, o curso mantém intercâmbio técnico-científico estreito com outras IES, tais como Universidade Federal Fluminense, Universidade Federal do Espírito Santo / Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Minas Gerais/ Escola de Veterinária e Instituto de Biologia do Exército.

Em 2001, o Curso teve a aprovação de um projeto de Cooperação Interinstitucional na CAPES no "Programa Nacional de Cooperação Acadêmica" – PROCAD juntamente com a Universidade Estadual do Norte Fluminense. Com relação aos convênios internacionais, em 2002, foi elaborada uma Proposta ao "Programa CAPES-SETCIP" – Cooperação Brasil-Argentina, denominado "Programa de cooperação técnico científica e formação de recursos humanos em Sanidade Animal", juntamente com a Universidad Nacional de Rio Cuarto em Córdoba, Argentina, tendo sido aprovado em outubro de 2002.

O curso tem participação no "Programa de Qualificação Institucional"- PQI da CAPES, atuando no treinamento de docentes de outras IES. O programa é credenciado pelo CNPq no "Programa de Pós-graduação Integrada"- PGI; Bolsa Nota 10 da FAPERJ.