Nota de esclarecimento e repúdio das Professoras Assistentes Sociais do Departamento de Economia Doméstica e Hotelaria (DEDH/ICSA/UFRRJ)

Nota de esclarecimento e repúdio das Professoras Assistentes Sociais do Departamento de Economia Doméstica e Hotelaria (DEDH/ICSA/UFRRJ)
As professoras Rachel Gouveia e Simone Tourino, lotadas no Departamento de Economia Doméstica e Hotelaria (DEDH/ICSA/UFRRJ), vêm a público esclarecer e repudiar a nota lançada e elaborada pelos docentes do DEDH.
É com imenso pesar que lamentamos o atravessamento e destruição do processo democrático defendido pelo DEDH, através da elaboração, assinatura e divulgação de uma nota que não foi pensada, construída e muito menos socializada com TODA a composição do corpo docente do departamento. Sinalizamos que as professoras que possuem sua formação em Serviço Social foram ignoradas e desrespeitadas com o lançamento da mesma.
Cabe contextualizar que o Serviço Social tem seu primeiro curso no Brasil em 1936, na cidade de São Paulo, e, em 1937, na cidade do Rio de Janeiro. Essa profissão, passou por inúmeras transformações e mudanças, inclusive rompe com o conservadorismo, chegando ao seu amadurecimento intelectual e político no início dos 1990 e, mantém-se, ainda hoje com um expressivo crescimento, seja pelo aumento de vagas em universidade públicas ou privadas, e, pela própria demanda do mercado de trabalho. Logo, podemos identificar que essa profissão continuará existindo e sendo necessária no cenário atual e futuro.
Nossa profissão defende a democracia e a socialização de todo o processo que for construído coletivamente, uma vez que acreditamos que seja possível e necessário avançarmos para uma sociedade mais igualitária. Por isso, queremos esclarecer que ao compormos o corpo docente lotado no DEDH e não sermos consultadas sobre a construção de uma nota, identificamos a nossa deslegitimação como parte desse suposto coletivo. Infelizmente, o diálogo não foi aberto e muito menos claro demonstrando o que já foi sinalizado inúmeras vezes por esses docentes em muitas reuniões, ou seja, a rejeição de uma profissão crítica.
Cabe esclarecer que na última reunião de departamento, ocorrida na última segunda-feira, 06/11/2017, a professora Rachel Gouveia estava voltando de um Seminário e não participou da reunião que definiu a não separação do departamento, afastamento esse aprovado anteriormente em reunião de departamento. Inclusive, até o dia de hoje, 10/11/2017, a mesma não recebeu qualquer informe ou e-mail institucional da chefia de departamento e/ou da direção do instituto informando sobre o cenário. A mesma estaria afastada para a participação em uma outra atividade externa, comparecendo apenas no dia 09/11/2017 na UFRRJ para poder compreender o cenário institucional que envolve os alunos do curso.
Nesse sentido, queremos repudiar a deslegitimação do Curso de Serviço Social, a representação e autonomia estudantil e as professoras assistentes sociais lotadas no DEDH. Identificamos que essa nota deixa extremamente claro a insatisfação com o rumo que o Serviço Social tem no DEDH. Fica claro, também, que somos uma minoria que vem sendo deslegitimada e que é hora de tomarmos a direção do nosso curso, afinal, estamos formando assistentes sociais! É completamente incabível que após dois anos e meio de curso o departamento continue a receber o nome de um curso que não existe mais na universidade, afirmando a invisibilidade do Curso de Serviço Social na UFRRJ e as sucessivas tentativas de desmoralizá-lo e adequá-lo a uma direção contrária ao dos princípios da profissão.
Por fim, temos buscado o diálogo e respeito para consolidar o processo de formação de acordo com o projeto ético-político e as diretrizes curriculares que orientam a nossa profissão. Não defendemos um projeto individual, mas, sim, um projeto consolidado e instituído pela Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662/92), nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS e no Código de Ética dos Assistentes Sociais.
Seropédica, 10 de Novembro de 2017.

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